
Grupo Trançado de Pitimbu
As mãos que criam, criam o quê?
Não é todo tipo de coqueiro que tem fibras para os finos trançados de Pitimbu, é preciso observar a base do coqueiro e o tipo de coco que o pé dá, com olhos treinados para o ofício. Do cangaço, como é chamada a folha do coqueiro, se retira o talo que é desfeito em finas lascas. Essas lascas são passadas pela latinha, uma espécie de extrusora de metal construída artesanalmente para afinar a fibra e deixa-la em formato de fio. Quando é de boa qualidade a fibra é longa e resistente e com ela são feitas frutas, flores, animais, cestos, luminárias, e qualquer outro formato que a imaginação mandar.
Mestra zefinha foi uma das principais artesãs a desenvolver o ofício na região. Sua criatividade e capacidade técnica eram tamanhas, que trançava nos fios qualquer imagem que quisesse, assim saiam galinhas, peixes e as mais diversas flores e frutas de suas mãos.
Quem cria?
O grupo Trançados de Pitimbu, que conta hoje com nove artesãs em atividade, produz o refinado artesanato de Pitimbu, conhecimento ancestral que ganhou nas mãos da Mestra Zefinha formas e modos de fazer únicos, repassados à comunidade. A formação do grupo é uma herança do trabalho realizado pela Artesol entre os anos de 2001 e 2003, que reuniu e fortaleceu o então chamado Trançados de Pitimbú.
Na época, foram realizadas oficinas de criação de produto e de organização do trabalho coletivo e ampliados os canais de venda desse artesanato, com o objetivo de aumentar a renda dos artesãos, e suas famílias. Após quase duas décadas, o ofício segue ocupando um lugar central nessas histórias, conectando as artesãs com o passado e criando possibilidades de futuro.
Onde criam?
Pitimbú é um pequeno município com quase 19 mil habitantes, situado no litoral sul da costa paraibana, região metropolitana da capital João Pessoa. Suas principais atividades econômicas são o turismo, a pesca, a agricultura e o artesanato em fibra de coco, matéria-prima retirada do talo da folha do coqueiro.
O artesanato de Pitimbú expressa um saber tradicional brasileiro de complexa técnica perfeitamente executada, ao longo de mais de 30 anos, por Maria José do Nascimento, mestra Zefinha. Com o repasse deste saber, a partir de 2001, o trançado passa a ser parte da vida de muito mais pessoas, garantindo a perenidade deste artesanato.
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